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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Memórias, um pastel e outras histórias


Tudo começa pela descoberta da terra onde o meu pai nasceu, o Fundão, mas acabei por ficar na terra que o viu crescer, a Covilhã. Convencida que o meu pai era nascido e criado no Fundão fui conhecer, finalmente, esta terra maravilhosa. Perdi os meus pais muito cedo e as minhas memórias são curtas e vagas. Felizmente, ainda tenho os meus tios e liguei à minha tia para saber mais pormenores e afinal andei enganada este tempo todo :) O meu pai foi nascer ao Fundão, porque a minha avó queria que ele nascesse na casa da bisavó dele. Mas os meus avós e filhos viviam na Covilhã e foi lá que viveram até à juventude destes.
Por motivos profissionais mudaram-se para Castelo Branco, 5 anos e depois, definitivamente, para Viseu.


Lembro-me de ir à Covilhã, ainda pequena, mas apenas guardo na memória olhar pela janela e estar a nevar. Ver aqueles pequenos flocos brancos fez-me sonhar e talvez por isso, tenha tirado a fotografia mentalmente que parece tão real, quando me recordo, como estar aqui a escrever.

E bate cá dentro uma saudade que quase corta a respiração........

Mas venho de coração cheio desta viagem que fiz, em modo lua de mel, e de baterias carregadas.
Adorei e fiquei fã desta linda cidade, com paisagens de encantar, gente acolhedora e uma gastronomia deliciosa. E como é óbvio, andamos a pesquisar os restaurantes da localidade, e fiquei deliciada com as ementas. Porém a parte da degustação desiludiu-me um pouco, talvez não tivessemos tido sorte com os locais que escolhemos.
No entanto, o ponto alto foi um doce de requeijão com doce de abobora que estava de comer e chorar por mais. Sem falar nos queijos e enchidos daquela zona que são fabulosos.

Mas o que eu queria mesmo, mas mesmo muito comer era o pastel de molho, tão famoso naquela região e apenas um restaurante o servia. E a vontade de o experimentar era tanta porque, me lembro, sempre que iamos a Viseu, a minha avó fazer para o meu pai e ele deliciava-se a comer aquele pastel, como se o tempo parasse ali e não houvesse mais nada ao seu redor.


Entretanto, não conhecendo a terra e muito menos os restaurantes, perguntei às senhoras do super, onde ia todos os dias buscar água, onde podia comer o famoso pastel de molho. Apenas 2 restaurantes o faziam. Mas um eu fiquei desiludida pela comida e então fui experimentar ao outro que me indicaram.
Nada ..... simplesmente não me satisfez. O que o torna diferente é o molho feito com vinagre. Pois, aquele nem sequer cheirava a vinagre, muito menos saber .......

Mas eu sou teimosa e voltei ao super e as senhoras, muito amáveis, disseram-me como se fazia o molho e indicaram-me a melhor casa para comprar os pastéis. Na loja do Sr. Francisco. Lá fui encomendar pastéis e trouxe para casa e fiz o molho.
Até o Paulo adorou e disse que o meu era muito melhor que o do restaurante.
Pela descrição que sempre ouvi do pastel era assim que tinha de saber.
Para quem gosta de vinagre adora, de certeza, esta pequena delícia.

Receita da massa retirada daqui

Na década de 1920 os empregados fabris não tinham tempo para fazer sopa e então substituíram-na por estes pastéis, uma vez que despendiam muito tempo a confeccioná-los, aguentando durante várias semanas, o que não sucede com a sopa.

Massa:
1 chávena de água
2 ovos
500 g de farinha
250 g de rilada ou de margarina para folhados
sal

Bate-se muito bem a água com os ovos e um pouco de sal.
Em seguida vai-se adicionando a farinha a pouco e pouco, trabalhando a mistura.
Quando se obtiver uma massa que se solte da tigela, tira-se para a pedra da mesa e trabalha-se muito bem.
Amassa-se à mão a gordura (rilada derretida ou a margarina) e divide-se em três partes.
Estende-se a massa com o rolo e a ajuda de farinha e espalha-se por cima uma terça parte da gordura.
Enrola-se.
Estende-se o rolo de massa e cobre-se novamente com terço da gordura.
Volta a enrolar-se a massa e a estender-se e a espalhar-se a gordura que resta.
Estende-se e enrola-se a massa mais duas vezes sem gordura.
Em seguida, com uma faca bem afiada e molhada em água, corta-se o rolo de massa em rodelas grossas.
Untam-se estas rodelas com um pouco de azeite e espalmam-se com o rolo.
Dispõe-se uma colher de recheio numa das bordas da rodela e dobra-se de modo a cobrir o recheio.
Levam-se a cozer em forno forte num tabuleiro untado, ficando a ponta dobrada em contacto com o tabuleiro.
Depois de frios, guardam-se os pastéis em caixas de folha forradas com papel vegetal.

Recheio: 
500 g de carne de vaca
1 cebola
2 colheres de sopa de azeite
sal
pimenta

Coze-se a carne e passa-se pela a máquina.
Pica-se uma cebola muito finamente e aloura-se com o azeite.
Junta-se a carne picada, deixa-se refogar um pouco e tempera-se com sal e pimenta.

Molho
feito à minha maneira e deu para 3 pessoas

1/2L de água
100g de vinagre de vinho branco
sal q.b.
coentros picados q.b.
 2 c. sopa de açafrão

Na altura de servir, levar ao lume a água com os restantes ingredientes
deixar ferver até estar bem amarelo.
Colocar um pastel em cada prato de sopa e regar com o molho a ferver
Tapar com outro prato de sopa para abafar e o pastel ficar completamente embebido no molho.
Servir :)


Bom apetite!!!

Deixo-vos algumas fotografias desta cidade maravilhosa <3

Existem várias praias fluviais que são pequenos paraísos


A vista do nosso quarto ............
A Covilhã tem vários elevadores para facilitar a mobilidade pedonal
A impressionante ponte pedonal, projectada pelo arquitecto minimalista João Luís Carrilho da Graça faz um caminho em ziguezague muito acima do vale da ribeira da Carpinteira.








A Covilhã é um dos principais centros de lanifícios da Europa e 
é por esse motivo uma localidade com forte cultura operária





o meu favorito ........ adoro <3


Portuguesa com certeza e esta maravilha está no Fundão, onde fui passar um fantástico dia com a minha doce amiga Susana e família fantástica <3

Fiquei encantada com estas obras de arte urbana....
O WOOL – Festival de Arte Urbana da Covilhã propõe-se utilizar diversas paredes da cidade como suporte para intervenções de artistas urbanos, com o objectivo de:

– trazer, pela primeira vez, um evento destas características para uma região do interior de Portugal.
– despertar o interesse da comunidade pela cultura e a arte contemporânea, neste caso, a arte urbana.
– dotar de uma nova aparência estética os locais intervencionados.
– permitir a construção de um roteiro de arte urbana na cidade.

O WOOL terá uma programação regular de eventos ligados à arte urbana. Cada evento irá incluir a criação de uma peça no espaço urbano. O processo poderá ser acompanhado ao vivo pelo público. Para além da intervenção, os artistas irão realizar uma actividade paralela (workshop ou conversa) de modo a promover um contacto directo entre os artistas e os cidadãos.



Carpe Diem!!!